Relacionamentos Reais: Convivência Além do Mundo Digital

Infantia Online Relacionamentos Reais: Convivência Além do Mundo Digital

A presença das telas no cotidiano das famílias transformou profundamente a forma como pais e filhos se relacionam. Embora a tecnologia ofereça facilidades, ela também pode afetar a qualidade da convivência presencial e das trocas emocionais essenciais ao desenvolvimento infantil. Resgatar momentos de atenção plena, olho no olho e convivência significativa é um passo fundamental para fortalecer laços familiares e promover bem-estar emocional.


Presença Conectada ou Distraída? O Impacto no Vínculo

Quando o uso de dispositivos digitais pelos pais ocorre em excesso ou durante momentos de convivência, a qualidade da interação familiar tende a cair. As crianças percebem essa ausência emocional, o que pode afetar a confiança e a comunicação dentro do lar.

Wong et al. (2020) observaram que o alto uso de tecnologia pelos pais está associado à redução das interações significativas com os filhos e ao aumento de dificuldades psicossociais nas crianças.

Boa prática: Durante momentos com os filhos — como refeições, brincadeiras e conversas — desligue ou afaste o celular. Demonstre atenção plena com gestos simples.


Conversas que Aproximam: Comunicação Para Além das Telas

Conversar com profundidade e escutar com empatia são ações que alimentam os vínculos afetivos. Em tempos de mensagens curtas e distrações constantes, reservar espaço para o diálogo presencial é mais importante do que nunca.

Marciano & Petrocchi (2022) mostram que o fortalecimento da relação entre pais e filhos está diretamente ligado à percepção mútua de interesse e escuta, inclusive sobre o tempo de tela.

Boa prática: Crie um “momento da escuta” diário, onde todos compartilham algo sobre seu dia, sem interrupções digitais.


Tela Demais, Contato de Menos? Consequências para o Desenvolvimento Social

O tempo excessivo diante de telas, especialmente quando substitui o convívio presencial, pode prejudicar o desenvolvimento da empatia, da linguagem e da iniciativa social nas crianças.

Ma, Li & Chen (2024) demonstraram que a exposição elevada a telas sem supervisão ou engajamento parental está associada à diminuição da competência social das crianças ao longo do tempo.

Boa prática: Estimule a convivência com outras crianças por meio de encontros presenciais, brincadeiras em grupo e participação em atividades comunitárias.


Pais Presentes, Filhos mais Seguros: O Valor da Convivência

A presença afetiva constante dos pais — mais do que o tempo quantitativo — é um dos maiores fatores protetores no desenvolvimento infantil. Crianças que se sentem emocionalmente apoiadas tendem a apresentar menos ansiedade e mais estabilidade.

Attai, Szabat & Anzman-Frasca (2020) confirmam que ambientes familiares com maior presença parental e menor tempo de tela apresentam melhores indicadores de bem-estar emocional infantil.

Boa prática: Transforme pequenas rotinas em momentos de convivência afetiva — como escovar os dentes juntos ou preparar uma refeição em equipe.


Vínculos Fora da Tela: Construindo Experiências Reais

A construção de memórias afetivas e vínculos duradouros depende de experiências vividas no mundo real. O uso consciente da tecnologia deve caminhar lado a lado com o estímulo a atividades sensoriais, culturais e presenciais.

Zhao et al. (2018) destacam que a interação direta entre pais e filhos atua como fator de proteção contra os efeitos negativos do tempo de tela sobre o bem-estar psicossocial.

Boa prática: Programe atividades regulares longe das telas: piqueniques, oficinas artísticas, jogos em família e passeios ao ar livre.


Conclusão

Promover relacionamentos reais em tempos digitais é uma escolha diária que começa com pequenas ações. Desconectar-se das telas para conectar-se às pessoas é um gesto poderoso, que fortalece vínculos, previne problemas emocionais e promove um ambiente familiar mais acolhedor e seguro.

A convivência afetiva, o diálogo e o tempo compartilhado são os maiores presentes que podemos oferecer às crianças — e também a nós mesmos.


Referências (ABNT2)

WONG, R. S. et al. Parent technology use, parent–child interaction, child screen time, and child psychosocial problems among disadvantaged families. Journal of Pediatrics, 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022347620308490. Acesso em: 14 abr. 2025.

MARCIANO, L.; PETROCCHI, S. Parental knowledge of children’s screen time: The role of parent-child relationship and communication. Communication Research, 2022. Disponível em: https://app.scholarai.io/paper?paper_id=DOI:10.1177/0093650220952227. Acesso em: 14 abr. 2025.

MA, S.; LI, J.; CHEN, E. E. Does screen media hurt young children’s social development? Longitudinal associations between parental engagement, children’s screen time, and their social competence. Early Education and Development, 2024. Disponível em: https://app.scholarai.io/paper?paper_id=DOI:10.1080/10409289.2022.2151401. Acesso em: 14 abr. 2025.

ATTAI, P.; SZABAT, J.; ANZMAN-FRASCA, S. Associations between parental and child screen time and quality of the home environment: A preliminary investigation. International Journal of Environmental Research and Public Health, 2020. Disponível em: https://app.scholarai.io/paper?paper_id=DOI:10.3390/ijerph17176207. Acesso em: 14 abr. 2025.

ZHAO, J. et al. Excessive screen time and psychosocial well-being: the mediating role of body mass index, sleep duration, and parent-child interaction. Journal of Pediatrics, 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S002234761830800X. Acesso em: 14 abr. 2025.


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