Tempo de uso de tela na infância

Ei, você, pai ou mãe! Anda preocupado com o tempo que suas crianças ficam diante das telas da TV, do computador e do smartphone? Se sim, este é um bom momento para um diálogo curto e objetivo sobre este assunto. O que você lerá a seguir foi compilado de fontes confiáveis, como artigos de revisão de literatura e de consenso por associações científico profissionais voltadas para a infância.
Muito tempo usando a tela faz mal à criança?
Sim, faz mal. Passar muito tempo diante de telas prejudica o desenvolvimento do cérebro e aumenta o risco de problemas comportamentais, cognitivos e emocionais.
Dentre os problemas cognitivos destacam-se falhas na atenção e na concentração. Dentre os emocionais, a desregulação emocional pode ser observada: dificuldades em identificar, denominar, descrever e lidar com as próprias emoções. Problemas comportamentais podem incluir as interações sociais prejudicadas (menos tempo com a família e os amigos) e o uso de drogas. Isto pode repercutir em queda do rendimento escolar, obesidade, sedentarismo e insônia.
O que significa “muito tempo” de tela?
O site da Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente informa os números de segurança quanto a esse tempo. E eles são corroborados e complementados pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Segundo estas associações científico-profissionais, as diretrizes são as seguintes:
• Crianças com menos de 18 meses podem usar a tela apenas para conversas rápidas com um adulto significativo, por exemplo, um dos pais em viagem.
• As com 18 a 24 meses podem usar a tela apenas para assistir programas educativos junto com um adulto.
*Observe que as crianças menores de 2 anos de idade não devem ser expostas sem necessidade ao uso de telas, nem de forma passiva, como uma forma de acalanto (com função de chupeta ou babá) ou de manejo de raiva.
• Crianças de 2 a 5 anos podem usar a tela para fins recreativos por aproximadamente 1 hora por dia durante a semana; e por até 3 horas durante o final de semana. A supervisão do adulto é recomendada sempre.
• Crianças de 6 e 10 anos podem ter o tempo de tela de 1-2 horas/dia, também sob supervisão de um adulto.
• E entre 11 e 18 anos o tempo de tela deve ser de 2-3 horas por dia, sem jamais “virar a noite” diante da tela, “maratonando”, “navegando”, jogando ou teclando.
Além da limitação do tempo, a interrupção do tempo de uso é indicada em três contextos:
1. Isolamento no quarto – não permita o uso da tela em ambientes privados, como o quarto; incentive o uso nas áreas comuns da residência.
2. Hora das refeições e dos passeios em família – desligue ou afaste todas as telas do local das refeições.
3. Hora de dormir – desligue as telas pelo menos 1 hora antes da hora de dormir.
Por fim, nada disso terá sentido se você não der o exemplo para as crianças. Portanto, tenha momentos de desconexão do ambiente virtual e online. Reforce a convivência familiar. Busque suas próprias fontes de entretenimento também sem telas. Afinal, assim como as crianças, você também precisa de atividades físicas, exercícios ao ar livre ou contato direto com a natureza.
Fontes
Barbosa, C. S. do V., Rocha, J. G. P. & Lopes, H. A. T. (2023). Os efeitos do uso de telas na saúde de crianças e adolescentes: uma revisão integrativa. JNT Facit Business and Technology Journal, 01(43), 89-103.
SBP. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de Orientação: Menos telas Mais Saúde. v. 829, n. 2008, p. 11, 2019. https://www.sbp.com.br
AACAP. American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. Screen Time and Children. No. 54; Updated February 2020. https://www.aacap.org
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